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AS FLORES NA CABEÇA - SOL E CHUVA NO RIO E NA TERRA.

Não era uma carranca do Rio S. Francisco, nem uma esfinge do Rio Nilo. Talvez um ninho de Japiim construído com  penas brancas de garça ou náilon de corda surrada, mas um barco que navegava, no rio Solimões, pelos beiradões, no município de Manacapuru, AM. Era difícil descobrir a origem do material que encobria aquela cabeça nos seus 96 anos.


Mais fácil foi desvendar o que se passava dentro dela e em suas santas mãos de artesã. 


Somente através dos filhos e netos, amigos e conhecidos da Dona Helósia, nosso coração celebrou a sabedoria e os dons de uma incrível mulher que conheci há 50 anos.


Helósia da Costa Pinheiro nasceu na localidade de Caviana, município de Manacapuru, Am, em 1⁰ de dezembro de 1927. Seus pais eram agricultores que plantavam de tudo e ainda por cima iam para a floresta de terra firme fazer o corte da seringa e coletar castanha. Eram pais de grande criatividade no trato com a terra. Ela cresceu em ambiente assim, que, com seus dons pessoais, foram mostrando e crescendo.


Uma doença no estômago da Helósia que vinha desde a infância prosseguiu na adolescência e na juventude, tendo os pais sido incansáveis em buscar tratamento, em Manaus. Chegavam de longas viagens, parando na localidade do Cuia, comunidade próxima. Talvez aí conhecera seu futuro marido, que observava naquela mulher uma força que só podia vir de Deus.


Casou-se, em 1950, com José Vieira da Costa, conhecido como José Thomas. Era morador de uma outra área mais povoada do mesmo rio, onde, por curiosidade e prática, tornou-se carpinteiro, padeiro, sem deixar de ser agricultor e pescador da família.


Como casal, potencializaram o sustento da família com o cultivo da juta, o plantio do  tabaco, que na época parecia trazer bons resultados financeiros. Dizemos até que os dois formavam um conjunto de possibilidades de empreendimento para sustentar 8 filhos.


Casal com muita fé e participação nas comunidades eclesiais que se formavam e se consolidavam com festejos religiosos, levantamento de mastros de frutas, sinal de gratidão pela fartura das terras de várzea  depois das enchentes. Épocas de festejos dos Santos e Santas Padroeiras.


O engajamento da Helósia na comunidade contou com sua liderança. Desde muito cedo como catequista era festeira e devota de Santo Antônio, S. José e outros da estima da experiência de proteção do povo. Organizava as festas com muita dedicação. Uma dupla que animava o povo que vinha celebrar a fé e agradecer pela vida.


Não se conteve em ficar só nas ações vistas como por demais religiosas, logo intuindo que seus talentos serviriam para emancipar o povo do interior. Alfabetizou muitos jovens voluntariamente e, através do Movimento de Educação de Base, com seus treinamentos na área de saude, educação e cooperativismo, teve uma experiência integral para desenvolver comunidades. 


Nossa Senhora do Livramento foi a mais festejada pela família, uma tradição que segue até hoje. A mãe de Jesus, que a salvou da doença e dos perigos dessa vida, premiou- a com quase 100 anos de vida.


Foto 1 - Créditos a profissional Gisele B. Alfaia - @giselealfaia - Nossa gratidão!


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